terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Fica

Venha de braços abertos
e abra meus braços com os teus abraços, sem demora.

Beije-me a boca sem hora para terminar
sem vontade de no início voltar

Fique como quiser
permaneça o quanto puder
até para a vida toda ficar.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Quintanando um pouco

A maior vulgaridade deste mundo é a própria palavra vulgar.
E o amor maior do mundo é aquele que somo incapazes de expressar.
Mas dizer tudo isso de nada adianta
quando quem está ao nosso redor não sabe o siginificado da palavra interpretar.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Eu me afundei, não resisti

3D

Ótima visualização
os móveis dispostos
com largura, comprimento
altura e profundidade.

Cores vivas
que decoram não apenas o ambiente
mas também a mente.

Sensação de liberdade
como se estivesse
a um passo do paraíso.

E para adiquirir
basta telefonar.

Vendo apartamento 3D.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

From Now On

Encontrei uma bifurcação.
É hora de escolhas, de inseguranças.
É hora de surpreender-se!

Depois de alguns longos anos,
tomados por regras e reclamações,
o ciclo foi fechado
e a Família Garança desfaz seu laço diário.

Para mantê-lo guardado em nossas mentes
em forma de lembranças fotográficas
que jamais serão esquecidas.

Hoje, eu escolhi um caminho
e também hoje, eu finalizei uma escolha
feita quando ainda era menina.

Escolhi estudar no Colégio Militar
e tenho orgullho em dizer isso
orgulho em vestir a farda quente no verão
e o sapato por milhões de vezes engraxado.

Nessa quase vida dentro de uma só instituição
eu me formei aluna, cidadã
e me tornei um ser humano adulto e capaz.

E, apesar de rebelde
apesar de não me consagrar com as melhores notas
apesar de não transparecer todo esse amor
eu AMO o Colégio em que estudei.

E com lágrimas nos olhos
eu me despeço dessa rotina exaustiva
eu me desfaço dos uniformes impecáveis
eu deixo para os pequenos
a mesma história e emoção.

Eu faço de mim um exemplo a ser seguido
não pelos erros, mas pelo aprendizado
que dentro desses muros altos eu vivi.

Agradeço aos meus pais
que incentivaram-me, desde muito cedo,
a fazer parte desta família.
Agradeço eternamente à eles
que insistiram para que eu
fosse parte deste sonho.

Que sejam de outros formandos
as minhas palavras futuramente.
Para que assim como o meu nome,
nestas tão antigas arcadas,
seja marcado a vivência de outros
tornando cada vez mais eterna
a história do velho e amigo:
Casarão da Várzea.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Nem tudo é pra sempre

A convivência e a intimidade
fizeram com que a rotina se tornasse tortura
fizeram com que a educação virasse grosseria.

Nada está bem, e conversar só piora
o sinal está sempre vermelho
e o que prevalece é o não.

Vejo uma troca de sentimentos
sinto uma saudade do que eu tinha
sinto saudade de quando eu era feliz
de quando eu precisava de pouco
pra esboçar um sorriso sincero.

Então eu tento encontrar a solução
sendo mais compreensiva
eu tento chorar em silêncio
para que dentro do mesmo teto
ninguém perceba a minha dor.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

AS

L
E
T
R
A
S
não se encaixam em qualquer pensamento
não formam apenas frases com sentido
não vivem por troca de ações
e ainda assim são trocadas
são espalhadas pelo mundo
difamadas em junções vulgares

são necessárias para a divulgação
para a transmissão de conhecimento
importantes, não por um motivo óbvio
e simplesmente por motivo nenhum.

Você se expressa sonoramente
e então elas se unem, e escrevem auditivamente
o que você fez.


São mágicas, invenções antigas
e de vida útil sem data de validade.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Eu não tenho facebook

Eu não faço questão
de associar-me a um vício
de entregar-me ao comum.

Eu não quero ser mais um
no meio desse furacão
girando à caminho do ralo.

Eu não sonho com vários amigos
ou com pessoas curtindo o que falo.

Não desejo outra plataforma de comunicação
e continuarei a dizer NÃO...

Só assim para eu perceber
quem são os importantes
e quem ainda quer ser...

VIVA A FALTA DE TECNOLOGIA
VIVA O DESINTERESSE POR REDES SOCIAIS.

domingo, 27 de novembro de 2011

Passa e fica

Passou como tudo passa
e algo em tudo que passa fica
passou porque tudo passa
porque tudo se pacifica!


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Irresponsabilidade

Obrigação unida ao desânimo
igual a preguiça e
semelhante ao peso na consciência.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Capital

Eu saio na rua
em um dia de sol primaveril
o vento fazendo balançar o vestido
e os cabelos ondulados.

As pessoas andam rápido
pelas ruas da cidade grande demais
para um trânsito tão tumultuado.

Eu costumo observar a todos
os gestos, as manias
porém em um instante
algo me tirou o foco.

Um alguém, no alto.
Voando sobre o terraço
tapando meu sol, sombreando minhas coordenadas.

Não era um pássaro, nem um avião
não era o super-homem ou um anão
era uma nuvem de fumaça
embaçando completamente e pra sempre
a natural e viva visão urbana.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Turbillhão

e a gente escreve sem pensar
a gente sonha sem amar
e a gente briga por brigar.

o tempo vem, voa e morre
passa a todo momento
em cada segundo presente aqui
aí, onde quer que você esteja.

e assim a gente vive
um sem o outro
ao lado, na solidão
chorando ao contrário
fugindo da imensidão.

paixão, amor, ilusão
escola errada de sentimentos
vida passada, sofrendo com os tormentos

Solidão, dor, medo
e tudo acaba, ou começa
quando o meteoro cai
e a bomba explode

quando a chuva cessar
sem aviso ou anúncio.

tic-tac....

sábado, 12 de novembro de 2011

O tempo dilata

Tempo é algo relativo demais
pra se gastar ou perder
se perdemos tempo fazendo de novo
então perdemos cada segundo de ar respirado

domingo, 6 de novembro de 2011

Esquecimento vão

O fósforo acendeu
com o pequeno risco que deu
soltou faíscas até em chamas ficar de vez

Queimou, tudo ao seu redor
mesmo sem enxergar absolutamente nada

Fez das cinzas um recomeço
para que o passado apagasse de vez.

Mas ali estavam, cinzas.
Fazendo volume em seu precioso espaço
incapazes de serem esquecidas completamente.

Ali estava, pó.
Guardando na memória
o dia em que tentou se desfazer de tudo.

Em vão, nada é apagado assim
nada se esquece de repente
com faíscas e fogo.
Tudo se vai, com o tempo...

e tudo volta, como o vento.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Egoinstante

Pensamos em ficar sós
mas não para sempre

Pensamos apenas em nós
fugindo do instante presente

E assim pecamos
com as leis terrenas
com as leis das coisas pequenas

Assim passamos
os momentos vitais
mas jamais vividos
sonhos obscurecidos

Imaginamos o improvável
o impossível que não se realizará
se apenas em nós mesmos
egoinstantemente cada um pensar.

domingo, 30 de outubro de 2011

Vivendo Intensamente

Hoje comemora seu dia
apodrecendo aos poucos
ralando seus próprios ossos
para encher a farinha dos porcos

Nada de festas, bolos
nada de novo ou engraçado
está ali às moscas
cheirando a carniça no molhado

Putrefazendo-se no lamaçal
onde há muitos anos foi enterrada
em um caixão de cedro
hoje cheirando a podridão.

E nessa imensa escuridão
ela se desfez, ao lado de outros
que também comemoram mais um dia feliz
de suas vidas.

domingo, 16 de outubro de 2011

Canto de amar

Quem conta
canta o encanto
neste canto de amar.

Quem canta
como eu canto
não quer ouvir mais cantar.

Neste canto
um quebrado conto
que só nos faz sonhar.

Quem escreve um conto,
que conta o encanto,
canta o sonho de amar.

sábado, 8 de outubro de 2011

AS TRÊS PALAVRAS MAIS ESTRANHAS

Quando pronuncio a palavra Futuro
a primeira sílaba já pertence ao passado.

Quando pronuncio a palavra Silêncio,
destruo-o.

Quando pronuncio a palavra Nada,
crio algo que não cabe em nenhum não-ser.

por:
Wislawa Szymborska

Últimos dias

Cansei, dessa maldita frase
desses elogios imbecis
dessas críticas sem fundamento.

Estou enjoada dessa água nos olhos
que os deixam cada vez mais azuis.
Desisto de cortar os baratos
de quem nunca provou do melhor.

Talvez dizer NÃO! é dar mais brecha
para que entre (ou tente) cada vez mais
embarcar neste navio naufragado.

DESISTA de tentar interpretar meus lábios
de descruzar minhas pernas
esteja certo de que assim terás um pouco de mim
APENAS EM SONHOS.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Lua cheia

Na estrada andava,
o pé a toda no acelerador
A noite iluminada e gelada
radiante de estrelas
brilhando no meio da escuridão
Um ar frio corria pelos dedos
até chegar na espinha dorsal
O asfalto vazio
livre de rastros
No rádio o rock pesado a dominava
assim como a solidão
a raiva, a angústia e a
indecifrável ilusão.

domingo, 18 de setembro de 2011

Um pouco de psicologia.

Eu queria entender tudo que se passa aqui dentro.
Queria saber pq eu escolho os caminhos mais difíceis
e pq eu sou tão cruel com quem eu amo em alguns momentos.

Nós todos gostaríamos de ter esta capacidade,
um sonho distante, que caso um dia exista, trará tranquilidade
a muitas pessoas.

Mas como agora eu não tenho nada disso, paro pra me perguntar:
O que tem acontecido? Por onde eu tenho andado?
Em que lugares minha mente tem estado?
Porém, as respostas são infinitas e eu não calculo
nenhuma média provável.

Os desejos se multiplicam, assim como a minha solidão.
Meus rumos estão cada vez mais fechados pelos muros que eu
mesma criei.
Mas, não me arrependo, é com isso que tenho trabalhado
e é assim que pretendo ficar por um incerto tempo.

Talvez, como alguns me disseram, isso seja ruim
não agora, mas no futuro..
A solidão faz com que todos se fechem e se percam dentro
de seus próprios medos, e não é isso que queremos.
Então porque tenho procurado este fim?


Nem mesmo EU sei responder. eu não sei mais por que razão
eu tenho estado aqui,
ou por que motivo eu tenho vivido nessa solidão que, as vezes,
parece um castigo que eu mesma impus pra minha vida.
Mas é assim que vou levando,
mesmo que no fim das contas eu obtenha mais perdas
do que vitórias.

Eu não quero ser capitalista com os meus próprios sonhos.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

é assim

No desespero
a esperança
morre.

No desespero
a insegurança
vive.

No desespero
o medo
domina.

No desespero
a felicidade
finda.

No desespero
o nervosismo
corroe.

No desespero
o impulso
grita.

No desespero
não se sabe mais
o que esperar.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Precisa-se de determinação

Ela andava vagando, sem rumo,
sem chão. Procurando uma estrada antiga,
onde sua vida parecia ter mais razão.

Os sentimentos, porém, sumiram
e aos poucos todos transpareciam
rostos pálidos e de expressões tristes.

Pensava ela estar em outro mundo
pois antigamente não se tinha nada,
mas saíamos as ruas tendo tudo.
Aquilo que não possuímos mais.

Então perguntava-se por onde andavam seus amigos,
seus respeitosos falecidos, que ninguém fazia lembrar.

Lá no fim do túnel estavam eles
calados no meio da multidão temerosa
com medo dessa revolução raivosa
que um dia o mundo soube traçar.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ao meu lado, ninguém

Nos afastamos
sem aviso prévio ou hora marcada
sem um adeus correto ou lágrima rolada.

Caminhamos separados
em sentidos opostos do mesmo destino
enquanto um estava reto, o outro, desalinho.

E assim seguimos
com os mesmos sentimentos guardados
e, ainda assim, sem os laços enrolados.

domingo, 28 de agosto de 2011

Cova

Mate-me, e sinta
a dor de perder
a essência de sua pureza.

Insanamente o arrependimento o invade
mas agora o buraco que ficou
deixa claro que é tarde.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

caminho

as pessoas a observavam
mas nada a fazia mudar.
suas roupas aos poucos rasgavam
e, mesmo assim, ela continuava a andar.

sem destino certo
ou rumo para seguir
ela ainda ficava por perto
daqueles que dela queriam fugir.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Lunar

Admirando a beleza da lua
pensava nas suas indecisões,
esboçando um sorriso
a cada memória relembrada.

Passeava longe de seu quarto
em um lugar bonito e sem julgamentos.
Mas aqui, na realidade,
sua vida estava cheia deles.

Foi então que percebeu
a importância dos detalhes
para conseguir um futuro próspero.

A janela era pequena
e a lua desapareceu
provando que enquanto pensava
o tempo necessário para amar evaporava.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Onírica

Eu me vi em sonhos
invertida através do espelho imaginário
Sem idade, sem rumo
acordada dentro de minha mente
Inconsequente como na juventude
amargurada como na vida toda

E as imagens se confundiram
com a minha realidade humana
Sem pesadelos, não havendo surrealidade
Sem a livre expressão
Apenas a personalidade
de minha mente insana.

sábado, 6 de agosto de 2011

Constantes imposições humanas

O que quer que eu diga?
o que quer que eu faça?
se daqui a algum tempo
vai voltar a impor maneiras.

não sei ser perfeito
não sei seus pensamentos
sabe o que eu gostaria?
sabe o que penso todo dia?

na realidade não
ninguém me questionou
e eu cansei de ser quem você sonhou
pois, por mais que eu mude
nada fará seus olhos enxergarem
aquilo que nem mesmo Deus desenhou.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mente

Tristeza
pela minha falta de perfeição
Vontade de voltar no tempo
de pedir socorro
de gritar com o mundo

Nada
é o que sou
é o que sinto
é o que todos vêem em mim.

Felicidade
sentimento em falta no meu corpo
não por agora, e sim por tempo indeterminado

Mas nos mostramos fortes
extremamente capazes. Dos músculos para fora
fingimos o que todos fingem:
a ilusão de dias bons.

E então as lágrimas insistem em cair
mas de dentro dos olhos elas não saem
tornando ainda mais insuportável
cada pequena fagulha de dor alojada.

É aí que descobre-se o tudo
a resposta para todas as questões.
Questões que nunca existiram
perguntas que nunca existirão.

sábado, 30 de julho de 2011

Onde ninguém visitou

Em um buraco profundo e
enclausurado estava
Preso à escuridão
Onde niguém poderia achá-lo

Apenas ali, naquela caverna
encontrava paz
naquela amedrontadora escuridão
conseguia enxergar o que nenhuma pessoa avistou

Sentiu seu coração bater forte
Ouviu o som do ar que respirava
entrar por suas narinas e sair devagar
percebeu que era no silêncio do universo
que era capaz de ouvir o impossível

Naquele mundo criado por ele
incapaz de ser penetrado por outro alguém
No buraco da perdição
encontrou sua paz, encontrou a si mesmo
dentro do negro de seus olhos
achou a visão mais bruta e sensível
o anjo caído, sua alma ferida.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

TEMPOral

na janela ela via a água escorrendo
queria que suas lágrimas,
fizessem o mesmo,
em seu pequeno rosto

mas ela não conseguia chorar
guardava todas as dores dentro de seu corpo
tão frágil e delicado
mas que suportara até agora, as maiores dores do mundo.

amarga, amargurada
sonhando acordada com o que nem aconteceu
estava sozinha
e por uma vida inteira viveu
por uma vida inteira
ela ali, sozinha,
envelheceu.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Memórias caídas ao chão

E ela só queria apertar o botão
desligar completamente a memória
parar de lembrar e rever as fotos velhas
já desgastadas de tanta visitação

Mas este botão não existia
então ela tentou inventá-lo
mas seu corpo não era compatível

Tentou por muito tempo calcular
criar, inventar esse maldito turn off
mas ele jamais foi conquistado
ele jamais foi encontrado

seja nela ou em outros
niguém é capaz de esquecer
de desligar as memórias
a não ser que....

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ciclo

sem inspiração
quando as palavras fogem com a brisa que passa
sem explicação
é o que passa na mente mas é intransponível

momentâneo
algo que durou o suficiente para ser lembrado pra sempre
espontâneo
forma de demonstrar sentimentos sem pensar em limites

vida
deixar gravada na memória mundial a nossa existência
morte
escrever um fim para nossa história

ódio
coração acelerado por sofrer demais de amor
amor
é capaz de nos deixar assim:
sem inspiração
sem explicação
vivos e mortos
fazendo do gesto espontâneo o nosso momento eterno
nesse vasto sentimentalismo de amor e ódio, paixão e ilusão.

sábado, 16 de julho de 2011

Evolución

E quando não haviam
redes sociais,
como o recado era mandado?
E na inexistência do
telefone móvel,
como éramos encontrados?
Sem ao menos fichas
para o telefone público,
como avisavam a mudança de planos?
E quando a telefonista
entrava em férias,
como descobríamos os números necessários?
E quando não haviam
carros,
como corríamos para nos ver?
E quando não havia
eletricidade,
que tipo de luz reluzia em meus olhos?
A mesma luz que brilha
através da imensidão dos séculos:
o nosso amor!
O corpo treme como se o frio o tivesse dominado
Mas fazia sol e as pessoas no parque com seus sorvetes
Nunca saberiam do que estava acontecendo
Se é que estava acontecendo...

Até que o sol sumiu
E o suor o inundou
Mas agora as pessoas no parque com seus casacos
Só viam seu corpo estirado no chão
Como se fosse só mais um.

Escrito por: Fernanda Garbossa

Foi bom enquanto durou

As pessoas que acabam um relacionamento, ou as que
tomam um “fora”, na maioria das vezes, ficam brabas, magoadas e algumas até
desejam vingança, criam esperanças, e por aí vai. Mas nenhuma dessas pessoas fala o que aconteceu
de bom com o parceiro (a). É claro que é difícil, mas precisamos ir
em frente. Aquela saudade das coisas que os dois faziam juntos. Saudades das histórias, das
brigas, das promessas, das transas, de andar de mãos dadas e até daquele ciúme
bobo. Temos que admitir foi bom enquanto durou, porém teimamos com nós mesmos
em lembrar das coisas ruins, coisas sem importância as quais dedicamos toda nossa atenção.
Devemos agradecer o que a outra pessoa nos proporcionou de bom, mesmo que
tenham sido poucos esses momentos. Não esqueça nunca dos bons momentos, pois é o
que nos levanta quando caímos. Não foi tempo perdido, porque no coração não
existe um relógio que cronometra o tempo que você se apaixonou, apenas
aproveitou aquilo que lhe proporcionaram. Ficarmos tristes é normal. Se necessário
precisamos nos guardar por um tempo. Contudo, não feche por muito tempo a
janela de seu coração, pois ele precisará tomar sol.

Escrito por: Francielle Niewinski

domingo, 10 de julho de 2011

Retorno

Enterrou-se na lama
até um dia perceber
que o buraco era raso
e dali sairia sem problemas

andou pelo bosque
como um estrangeiro desorientado
não fez paradas, não falou nada
apenas observou tudo ao redor.

achou a estrada, de onde havia saído
o caminho pelo qual não pretendia voltar
mas ali se encontrava
e sem pensar em nada
continuou a andar...

sábado, 25 de junho de 2011

Doce mel

Onde está o mel?
O doce desejo de sede ao pote foi negado
Frasco delicioso sendo rejeitado
Trocado por armadilhas vitais
criadas pela sociedade
Açúcar que derrete na boca
causando prazer e emoções ímpares
Sequência de fatos
que ficarão apenas
na nossa imaginação.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Necessidade

O que é necessário na vida?
ela então se perguntou.
Não há nada mais importante
do que estar vivo e saber viver.

Vida é mostrar seu próprio rosto
sem medo de julgamentos
é dar a cara a tapas
independente das críticas que levará.

O anonimato, ah isso sim é desnecessário
para quem quer julgar.
Nada mais bonito do que a humildade
de ser quem és
sem medo de cair, mas pronto para levantar.

Eis que então ela descobre:
vivo como se fosse amanhã
porque o hoje já passou
e a necessidade é o agora
que por pouco tempo será.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mutilação

O sangue escorrendo,
pingando no chão
como uma torneira velha
pingando água, formando uma poça.

A faca afiada, corta novamente
a pele cansada de tanto cicatrizar
explode, se esvai, jorra sangue
até não ter mais como parar.

As faixas enroladas nos braços
escondem o segredo, a sua verdade
Psicologicamente o prazer
vindo dolorosamente com a vergonha.

Nada é capaz de trazer tantas sensações
droga nenhuma consegue acalmá-la
apenas as lâminas, afiadas ou não
o importante é trazerem para a realidade o sangue
fazê-lo, mais uma vez, pigar no chão.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Luta pela recordação

Esquecer de tudo era seu desejo
mas o seu único erro era esquecer de si mesmo
coisa que ele não fazia, nem ela tentava fazer.

Para sempre em seu peito
a dor estagnada
para sempre no pensamento
todos os momentos
que ele lutou para não lembrar.

Não esqueceu o amor
não esqueceu a dor
não esqueceu dele
não esqueceu dos dois juntos.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

De volta ao escuro

Eu pedi que me acordassem
então, com um tiro no crânio
meu cérebro dilacerou-se pelo cômodo
sem rumo ou sentido
apenas voando em direções inconscientes
assim como meus pensamentos.

eu nao vi nada
apenas a bala dentro de mim
entranha talvez destruída.

Um pouco gélida
senti-me, finalmente,
em outra dimensão.
Onde não existem dores
nem mesmo ilusão.

Foi a bala certeira
que trouxe meu destino
o meu real caminho
para a tão esperada escuridão.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Isolamento surreal

O silêncio gritante permanece
dando o ar da desgraça vital.
Dissoluções fundem-se nessa prece
onde promessas ultrapassam o irreal.

Limitando-se em zonas suburbanas
de irresponsabilidades profanas
em que orações não salvarão almas.

Vivendo a morte pessoal
de sentimentos e sensações
encontrando a todos sem ver ninguém.

Tendo por fim seu esperado rumo:
caminho para as trevas,
sua inevitável morte.

domingo, 5 de junho de 2011

Deixe fluir

Por que ficamos assim?
Nos questionamos isso até percebermos
que as folhas das árvores secam.
Até percebermos que os rios enchem
e os córregos alagam.
Nossa onda de insegurança
que deságua no oceano
carregada de sentimentos
sem começo ou fim.
E então na estrada
vemos que a importância
está em seguir.
Com cuidado para não nos aforgarmos ou
deixarmos cair nosso próprio equilíbrio.
E é a onda que supera.
A onda sentimental que nos invade
e nos carrega.

sábado, 4 de junho de 2011

Negação

Múltiplas óticas.
Crie novas representações do mundo
onde os narradores do imaginário
simbolizem as ilusões perdidas.

Reponha novas ilusões.
Crie coisas que você mesmo vá destruir.
Não podemos voltar à uma verdade fundamental
isso não existe.
O mundo não é composto de uma pureza excepcional.

O papel que temos na sociedade
é sermos livres naturalmente,
mesmo dentro de nosso poder irreal.

As ilusões perdidas
entraram em choque
através de interpretações
e versões nas quais nos sustentamos.

E o que se diz,
é apenas negar
a verdadeira realidade.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Encruzilhada

Quanto mais caminhamos
pro lado certo da estrada
mais nos afastamos
da certeza de nao errar.

É de penhascos grandes
que vemos a real altura da queda.
E de lá partiremos
quando nosso sentimento
em um lugar incerto chegar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Era feliz e não sabia

Outrora vivia a reclamar da vida
dizendo que tratava-me, sem piedade.
Que negava-me as alegrias e felicidade
e fazia-me viver de maneira sofrida.

Porém agora conheci realmente a dor
e vivo num sofrimento constante,
fenecendo pouco a pouco, a cada instante
por ter amado e sido enganado no amor

Só agora, maltratado pela infelicidade
é que sinto imensa saudade
daquela vida que outrora vivia!

Só agora, afogado num mar de tristezas
é que tenho uma viva certeza
de que eu era feliz e não sabia!

Autores: Kikho e Cardoso
Poema extraído da revista Hyloea de 1979
Porto Alegre- RS

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sopro vital

Sopra o ar da juventude
e o leva embora
deixa suas malas no chão
e sai pra deslumbrar a terra

Nada em mãos, apenas em mente
o desejo de aventurar-se.
No caminho enxerga campos,
vales, morros, vilarejos.

Descobre que não importa o lugar
Todos eles são iguais
os mesmo rostos, as mesmas formas
somos feitos com a mesma base.

E o ar da juventude foge
as rugas chegam, todas iguais.
O fim desembarca no mesmo local.

Somos todos filhos da terra
Nela levantamos e nela cairemos
Somos inundados por dunas desérticas
por onde sopramos o ar da vida

E é nessa ampulheta
que vemos nossa vida ser soprada
como a veloz juventude.

sábado, 7 de maio de 2011

Quem se prende ao passado morre

Continua sendo a mesma
com pensamentos iguais
e angústias parecidas
não se livra da casca que construiu
não quer se desfazer.

Faz a mala, tenta se despedir
do que um dia foi
mas ali ainda está
naquele mesmo corpo permanece.

Ficam os ideais, os sonhos
se vão apenas os sentimentos
as lembranças, das quais quer esquecer,
e jamais conseguirá.

Os sons graves a derretem
os pêlos ainda arrepiam
e ela não resiste
ainda sente seu sangue ferver
por ser ela mesma
por ainda ser quem um dia foi
e com isso se vai.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Angústia

Estava com raiva
Ódio da humanidade

Caminhava acelerada
No ritmo de seu coração
Que trabalhava sem parar
Pulsando o sangue quente
cheio de emoção.

Nada mais a alegrava
pois a cada momento que passava
Ela via mais falsidade
e miséria de pensamento.

A mesquinharia das pessoas
junto da inveja e exploração
que utilizavam para alcançar o topo
Topo de quê?

Topo de seu próprio caixão
enterrado à sete palmos da terra
Assim como ela agora
Morta após este ataque social.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pressão Mental

O fedor dos teus pés me atormenta
junto com teu bafo insano de álcool.
Teu rosto desgastado pelo tempo
me faz lembrar da idiotice de ainda te ter ao lado.

Este teu olhar de peixe morto
com este óculos que nunca te caiu bem
este conjunto todo de uma pessoa só
que não combina comigo nem com ninguém.

Tu, que fez de mim um nada
que me anulou ao teu lado
como um lixo jogado sem reutilização.

E por medo, por ilusão
por idiotice minha, eu permaneci ali
parada ao teu redor
intactamente sólida, sem qualquer tipo de reação
até o presente momento.

Aqui estou agora,
frente a frente com a decepção
olhando nos teus surpresos olhos
e dizendo as verdades que tu não queria ouvir.

E neste mesmo local permanecerei
até toda essa raiva sumir,
até essa dor esvair
por estas veias que já cansaram de sangrar.

Cala-te criatura insana
de mim tu não terá mais nada,
nem mesmo um tempo para falatório a toa.

Vá, e não volte mais.
Leva contigo essa dor
que habitou meu peito durante tanto tempo

Tempo suficiente pra ti também senti-la.

Mudanças (todos precisamos de uma)

As mudanças acontecem
elas aconteceram com o tempo
eu mudei, você mudou, todos nós mudamos.

As roupas se renovaram
os lugares permaneceram
mas alguns modificaram
e o tempo passou, ele nunca acaba.

As lembranças guardadas em arquivos
muito bem lacrados, retornam a mente
como um sinal de passado
sinal de evolução.

Eu evoluí, você evoluiu
ou será que não?

Niguém responde, ninguém sabe
ninguém julga, ninguém se atreve
ninguém além do nosso tempo.

sábado, 23 de abril de 2011

Sexta-feira santa

Homem, aparentemente normal
transparece ternura e sensibilidade
a cada passo que dá
vestido sempre com as mesmas roupas
combinados com os bons e velhos tênis gastos
dos quais ele tanto reclama, mas que não consegue tirar dos pés.

Suas melodias envolventes, misturam-se aos ouvidos
num uníssono de maldade e amor, batendo juntos nos compassos.

Mulher, incapaz de esquecer a perda, o engano
rebelde sem causa, anda pelas ruas acompanhada apenas da coleira canina.
Passeia por lugares rotineiros,
suas antigas caminhadas pelas tristes noites solitárias

O cão sente o cheiro, no faro o perfume de homem
do homem que tornou-se velho
antiquado demais para a época em que a mulher e sua coleira viviam.

Ou talvez não fosse isso, não era nada disso.

Homem, aparenetemente normal
que jorrava humildade e amor
em todos os pequenos gestos que luzia.
Viu-se refletido no próprio espelho da discórdia
mostrou-se verdadeiro para a mulher.

Caiu no buraco da perdição que chamou de paixão
e a mulher assistiu, de camarote sua dor
sentiu vontade de ajudá-lo, mas assim se fez a história.
A incrível perda de sono, de sentimentos
o desejo infinito de não mais chorar
a vontade indefinida de permanecer ao lado dele
mas, ao mesmo tempo, de em sonhos o matar.

Homem, aparentemente diferente
de corpo viril, visto por todos como bondoso.
Agora era o vilão, de sua própria história
Assassino da paz, da dele e daqueles que estavam ao redor.
Perdedor de almas que neste momento passa seu tempo
reclamando da enorme dor de viver.
Tenta expulsar seus demônios em cada gota de sangue
que faz escorrer pelas costas, corpo de cicatrizes.
Agora por fora, mas que formaram-se anteriormente por dentro.

No interior de seu mentiroso e orgulhoso coração.
O homem, não pediu ajuda e mesmo assim a mulher estendeu-lhe a mão.
Ele pegou, seguiu carona na garupa do diabo.
foi-se pra longe, queimando seus sentimentos
lançando fogo em seus próprios pensamentos.

adeus.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Nichts rachsüchtig

Idiota, foi assim que eles a chamaram
a menina que caiu mais uma vez na jogada
na rede da enganação...

Mas desta vez o engano foi deles
a piada foi revidada
ela armou-se secretamente
e agora está preparada.

Aquilo que um dia a fez cair
volta a aparecer, mas desta vez
tudo terá um fim diferente
o seu próprio tombo agora a faz rir.

Rir de si mesma,
e da piada sem graça
que foi motivo de discórdia
entre eles e ela
entre seus sentimentos e ela.

sábado, 16 de abril de 2011

Resisto

A resistência de resistir
ao irresistível desejo
de não me perder em você
É o mesmo que resistir
a irresistência de em vida morrer.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

...

O destino traçou seu rumo
Fazendo o esquecimento nos afastar
Mas o futuro trouxe a vontade
De felizes e juntos um dia ficar.

A vida ainda reserva caminhos
com pedras que devemos cruzar
Os sonhos nos trazem desejos
Que o destino não me deixa realizar

Mas este olhar meio de lado
em minha mente vai estar
para que eu nunca desista
do sonho de junto de ti amar.

terça-feira, 29 de março de 2011

Jeito Bobo de se apaixonar


Um olhar meio de lado
contido e calado
O desejo correndo nas veias
e o coração acelerado

Pensamentos percorrendo medos
Desesperos de sonhar
entre sorrisos e segredos
está o medo de amar.

E enquanto as horas passam
a mente não pára de trabalhar
imaginando que os anjos façam
o tempo não mais esperar.

Assim os olhos voam
dentro de ilusões confusas
o desejo ainda corre nas veias
mas o coração já saiu pelas ruas.

sábado, 26 de março de 2011

Inexistência da existência vital


Mate a existência
da inexistência de vida.

Amedronte quem não teme
a maldade alheia.

Engula a falta de saliva
que tranca na glote.

Enlouqueça os hospícios
da nossa loucura mundial.

Vença os perdedores
de cada esquina banal.

Viva a infelicidade
de fingir estar vendo verdades.

Seja você mesmo,
moldado todo tempo pelo mundo.

Sinta a essência maligna
de não ter perfume algum.

Transe com a falta de nexo
do corpo alheio ao redor do seu.

Caminhe enquanto pode
pela rua sem saída.

Veja a vida de outra forma,
feche os olhos e continue enxergando.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Pessoas

Semente
terra
plantação
colheita
seleção
embalagem
transporte
mercado
venda
compra
casa
digestão
banheiro
esgoto
lixo
reciclagem!
Semente...
humanidade.

domingo, 20 de março de 2011

Bruxaria amorosa

Magia jogada!
Ela foi pega como
peixe fora d'água
Debatia-se de medo
do que estava por vir.

O tempo foi passando
carinhos a acalmando
Outros encantos
foram jogados ali.

Magos e bruxos
mexendo o caldeirão
Ela via a grande mágica
transformar-se em sentimentos:
Encantamentos com paixão.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Dark mirror

De repente eles aparecem
enchendo sua mente de dúvidas
você caminha em direção a eles
mas não consegue respostas

Distantes eles o encaram
como se soubessem seus motivos
o ritmo continua o mesmo
porque olhares não o intimidam

Mais tarde você descobre
que os procurados são um espelho
refletindo seus mais profundos
sentimentos contidos.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ironia social

Ignore a ignorância
da infantilidade adulta.
Onde o ser humano confunde-se
com o objeto irreal.

Parabenize a falta de bondade
das pessoas no mundo atual.
Mostre-as a verdadeira face
da mentira mascarada de verdade.

Finja acreditar na tranquila lealdade
e jogue-se na falta de afeto.
E, finalmente, agradeça pelos
benditos padrões da sociedade
que nos enchem de emoções sem nexo.

sábado, 5 de março de 2011

Nuit démon


Deitada na cama
contorce o corpo
envolve-se em mim.

Rolando no colchão
esvaindo-se de emoção
arrepios sem fim.

No silêncio da madrugada
sua respiração me inspirava
fortes gemidos ela gritava.

Marcas de sucção
entre beijos e prazer
provando a intensidade
de uma noite em meu poder.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ponto de Vista

Posso tentar encontrá-lo
mas você não tem dimensão.
Posso colocar meu dedo em um mapa
e tentar achá-lo em um ponto geográfico
mas não sei suas coordenadas.
Não tenho nenhum ponto como referencial
não consigo encontrá-lo
mesmo assim não desisto
enquanto não achar o meu ponto final.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Confusão


Os marcos de concreto passavam
na velocidade de meus pensamentos
De vez em quando paravam
como as perguntas que me intrigavam.

Mas eu continuava a exercitar a mente
ainda que com uma emoção aparente
a confusão dominava o ser
assim como o trem avançava de estação.

Era rápido, ágil, veloz
era tão intenso quanto nós
e eu não sabia mais a que conclusão chegar
Até que o trem parou,
e na estação final eu parei de pensar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

DuplaMente

Cria-se um outro ser
do qual você não pode transparecer.
E, de repente, tudo muda de lugar
as posições ficam confusas e você não sabe o que esperar.

Os arquivos ficam fora de ordem
o mundo em volta começa a girar
Você não sabe se os outros também podem
ver o que a sua outra mente tem para mostrar.

Mas a mutação se encaixa com a loucura
onde você nunca pensou chegar.
E, novamente, você vai em busca da cura
que a pessoa criada em sua mente não pôde curar.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Deserto de Concreto

não era deserto
mas o sol torrava o lombo
a areia virou asfalto
e as plantas só de plástico
água apenas nas lojas
raro era conseguir dinheiro para comprá-la
o ar estava escasso
e a sede era grande
sede de fome, de viver bem
a esperança era a última que morria
mas naquele mar de devastação
era impossível sentir tal sentimento.
assim continuou a viagem
procurando por uma sombra
que não fosse tão escura quanto a solidão
mas que o fizesse sentir um pouco mais de amor
em um mundo onde não havia mais respeito e compaixão.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Lógica sem referencial

A lógica é ilógica
dependendo do emprego,
do desapego, da transfiguração.
Mudada, a cada hora
a cada momento, é o racional
virando irracional
dependendo da cultura
do grau, figurada
literal, imaginável
irreal, surreal.
Está na história
na filosofia, no mundo
nas guerras e decisões.
Faz parte de livros
e de ações, jurídicas ou não.
Julgada por nós, por juízes
por deuses, julgando sem salvação.
A lógica é ilógica,
é a nossa forma de negação.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Viagem


Em algum lugar
onde não se sabe onde está
não se lembra pra onde vai
mas um dia voltará.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Toxicomania

Droga, narcótico
entorpecente, alucinógeno
Estimulante, analgésico
depressor, tranquilizante.

Maconha, ópio
morfina, heroína
Crack, cocaina
LSD, metanfetamina.

Semi/sintética
natural, tanto faz
este efeito drogado
você me traz.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

No mesmo lugar


Antes éramos você e eu
Hoje apenas o lugar restou
e com ele as lembranças que aqui ficaram.

Larguei todo passado
mas aqui de novo estou
apenas você ainda vive
dentro de um coração
que neste mesmo lugar continuou.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Partiu


Foram-se as horas
os dias, as estações.
O trem partiu
e levou com ele
você.

Lembro-me da cena:
seus olhos na janela
eu ainda correndo
como se o tempo parasse
e com ele você voltasse.

Ingenuidade.
Foram-se as horas,
os minutos, a vida
e com ele
foi você.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Processo


Foi deixado de lado.
Agora anda abandonado,
sem palavras
e sem histórias.

Não consegue sair do lugar.
Não consegue parar de pensar.
Tudo naquele lugar mudou
desde que a inspiração terminou.

Sente que nada mais voltará
e que por insistência sobreviverá,
pois seus dias foram contados
e com isso seus desejos de vida derrotados.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Incógnita


Vejo, em teus olhos,
a doçura do mel.
Sinto, em teu cheiro,
o lado bom do passado.
Navego por entre teus braços

e, então, fico em paz
.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Domingos

Ele não estava conversando com ela
Não estava ao seu lado
Morava longe, era uma viagem de trem.
Mas apesar de tudo isso
ela sabia que ele estaria lá
onde quer que ela estivesse.

Ele sempre estaria
confortando sua mente,
fazendo-a viajar em pensamentos bons.

Ele tinha esse poder
e ela não sabia se eram os cabelos
ou os vícios irritantes
que o davam esse dom.
Ela só tinha a certeza
de tê-lo ao seu lado.

Poderoso, não como um deus
ele era aquele que ela jamais
gostaria de esquecer.

Pois ele é
aquele homem fantástico
com poderes milagrosos
os quais só ela pode perceber.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mais selos


No dia 30 de dezembro este humilde blog foi presenteado com mais um selo. Agradeço a Kênnia Méleus pelo presente e pelo reconhecimento. Acredito que sem vocês, os parceiros e leitores do blog eu não estaria mais aqui compartilhando meus devaneios. Como regras, devo expor dez coisas a meu respeito e em referência à criação do blog, às postagens e às minhas inspirações; e indicar 15 blogs ao prêmio, bem como comunicã-los do rebebimento. Confesso a vocês que ando um tanto esgotada destas regras e como aqui no blog não gosto de segui-las, responderei e indicarei o que eu quiser...aos que não gostaram, sinto muito.

1) O blog foi feito para expor meus devaneios, compartilhar sentimentos, encontrar pessoas com as mesmas agonias e desesperos. Acredito que este objetivo já esteja concretizado =]
2) As postagens dizem respeito a forma como eu vejo o mundo, como eu me sinto. Ou, as vezes, a vida das pessoas que estão ao meu redor, pessoas que convivem comigo ou não. Mais uma vez essa é a minha visão de mundo.
3) Para mim qualquer coisa pode ser inspiradora, como a pressa de uma menina ao atravessar a rua ou até mesmo um papel voando com o vento. Mas tudo dependerá do momento, das palavras e principalmente da minha mente.

Os blogs a que indico este selo hoje são:
Cartas Mortas
Poemas Miúdos
Literatura e Gostosuras

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Palhaçada


Fizeram-me de palhaça
jogaram-me neste buraco
e chamaram isto de terra.

Hoje estou amedrontada
transtornada e sem reação
nao sei como sair daqui.

Eles continuam a chegar
assim como eu
mais palhaços são mandados pra cá.

Com o tempo, sinto que nao há mais espaço
vejo que isso nao é mais vida
mas não tenho pra onde ir.

Iludiram-me com deuses
fizeram-me de escrava
acho que essa tal de sorte
não existe, pois eu nunca a presenciei.

Eles continuam aqui
nos vigiam o tempo todo
mas nao adianta mais
o mundo anda super-lotado
impossível existir paz.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Tenha um feliz ano velho

Avistou o calendário no lixo
mais um ano se foi
e com ele muitas decepções
muitas alegrias, lembranças.

Nesta data, tão especial para uns
ela não comemorava.
Sabia que a virada de ano
era apenas mais uma página
do calendário a ser mexida.

Promessa, desejos
sete ondas a serem puladas...
não é mais um dia?

Não, é ano novo
é a comemoração, a felicidade
pois o tempo passou
e com ele foi a idade, a mocidade
a energia, as oportunidades.
Com ele foi a vida...

Então ao mundo ela gritou
Feliz ano novo prestes a tornar-se velho
assim como você.