sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pressão Mental

O fedor dos teus pés me atormenta
junto com teu bafo insano de álcool.
Teu rosto desgastado pelo tempo
me faz lembrar da idiotice de ainda te ter ao lado.

Este teu olhar de peixe morto
com este óculos que nunca te caiu bem
este conjunto todo de uma pessoa só
que não combina comigo nem com ninguém.

Tu, que fez de mim um nada
que me anulou ao teu lado
como um lixo jogado sem reutilização.

E por medo, por ilusão
por idiotice minha, eu permaneci ali
parada ao teu redor
intactamente sólida, sem qualquer tipo de reação
até o presente momento.

Aqui estou agora,
frente a frente com a decepção
olhando nos teus surpresos olhos
e dizendo as verdades que tu não queria ouvir.

E neste mesmo local permanecerei
até toda essa raiva sumir,
até essa dor esvair
por estas veias que já cansaram de sangrar.

Cala-te criatura insana
de mim tu não terá mais nada,
nem mesmo um tempo para falatório a toa.

Vá, e não volte mais.
Leva contigo essa dor
que habitou meu peito durante tanto tempo

Tempo suficiente pra ti também senti-la.

Mudanças (todos precisamos de uma)

As mudanças acontecem
elas aconteceram com o tempo
eu mudei, você mudou, todos nós mudamos.

As roupas se renovaram
os lugares permaneceram
mas alguns modificaram
e o tempo passou, ele nunca acaba.

As lembranças guardadas em arquivos
muito bem lacrados, retornam a mente
como um sinal de passado
sinal de evolução.

Eu evoluí, você evoluiu
ou será que não?

Niguém responde, ninguém sabe
ninguém julga, ninguém se atreve
ninguém além do nosso tempo.

sábado, 23 de abril de 2011

Sexta-feira santa

Homem, aparentemente normal
transparece ternura e sensibilidade
a cada passo que dá
vestido sempre com as mesmas roupas
combinados com os bons e velhos tênis gastos
dos quais ele tanto reclama, mas que não consegue tirar dos pés.

Suas melodias envolventes, misturam-se aos ouvidos
num uníssono de maldade e amor, batendo juntos nos compassos.

Mulher, incapaz de esquecer a perda, o engano
rebelde sem causa, anda pelas ruas acompanhada apenas da coleira canina.
Passeia por lugares rotineiros,
suas antigas caminhadas pelas tristes noites solitárias

O cão sente o cheiro, no faro o perfume de homem
do homem que tornou-se velho
antiquado demais para a época em que a mulher e sua coleira viviam.

Ou talvez não fosse isso, não era nada disso.

Homem, aparenetemente normal
que jorrava humildade e amor
em todos os pequenos gestos que luzia.
Viu-se refletido no próprio espelho da discórdia
mostrou-se verdadeiro para a mulher.

Caiu no buraco da perdição que chamou de paixão
e a mulher assistiu, de camarote sua dor
sentiu vontade de ajudá-lo, mas assim se fez a história.
A incrível perda de sono, de sentimentos
o desejo infinito de não mais chorar
a vontade indefinida de permanecer ao lado dele
mas, ao mesmo tempo, de em sonhos o matar.

Homem, aparentemente diferente
de corpo viril, visto por todos como bondoso.
Agora era o vilão, de sua própria história
Assassino da paz, da dele e daqueles que estavam ao redor.
Perdedor de almas que neste momento passa seu tempo
reclamando da enorme dor de viver.
Tenta expulsar seus demônios em cada gota de sangue
que faz escorrer pelas costas, corpo de cicatrizes.
Agora por fora, mas que formaram-se anteriormente por dentro.

No interior de seu mentiroso e orgulhoso coração.
O homem, não pediu ajuda e mesmo assim a mulher estendeu-lhe a mão.
Ele pegou, seguiu carona na garupa do diabo.
foi-se pra longe, queimando seus sentimentos
lançando fogo em seus próprios pensamentos.

adeus.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Nichts rachsüchtig

Idiota, foi assim que eles a chamaram
a menina que caiu mais uma vez na jogada
na rede da enganação...

Mas desta vez o engano foi deles
a piada foi revidada
ela armou-se secretamente
e agora está preparada.

Aquilo que um dia a fez cair
volta a aparecer, mas desta vez
tudo terá um fim diferente
o seu próprio tombo agora a faz rir.

Rir de si mesma,
e da piada sem graça
que foi motivo de discórdia
entre eles e ela
entre seus sentimentos e ela.

sábado, 16 de abril de 2011

Resisto

A resistência de resistir
ao irresistível desejo
de não me perder em você
É o mesmo que resistir
a irresistência de em vida morrer.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

...

O destino traçou seu rumo
Fazendo o esquecimento nos afastar
Mas o futuro trouxe a vontade
De felizes e juntos um dia ficar.

A vida ainda reserva caminhos
com pedras que devemos cruzar
Os sonhos nos trazem desejos
Que o destino não me deixa realizar

Mas este olhar meio de lado
em minha mente vai estar
para que eu nunca desista
do sonho de junto de ti amar.