sábado, 25 de junho de 2011

Doce mel

Onde está o mel?
O doce desejo de sede ao pote foi negado
Frasco delicioso sendo rejeitado
Trocado por armadilhas vitais
criadas pela sociedade
Açúcar que derrete na boca
causando prazer e emoções ímpares
Sequência de fatos
que ficarão apenas
na nossa imaginação.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Necessidade

O que é necessário na vida?
ela então se perguntou.
Não há nada mais importante
do que estar vivo e saber viver.

Vida é mostrar seu próprio rosto
sem medo de julgamentos
é dar a cara a tapas
independente das críticas que levará.

O anonimato, ah isso sim é desnecessário
para quem quer julgar.
Nada mais bonito do que a humildade
de ser quem és
sem medo de cair, mas pronto para levantar.

Eis que então ela descobre:
vivo como se fosse amanhã
porque o hoje já passou
e a necessidade é o agora
que por pouco tempo será.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mutilação

O sangue escorrendo,
pingando no chão
como uma torneira velha
pingando água, formando uma poça.

A faca afiada, corta novamente
a pele cansada de tanto cicatrizar
explode, se esvai, jorra sangue
até não ter mais como parar.

As faixas enroladas nos braços
escondem o segredo, a sua verdade
Psicologicamente o prazer
vindo dolorosamente com a vergonha.

Nada é capaz de trazer tantas sensações
droga nenhuma consegue acalmá-la
apenas as lâminas, afiadas ou não
o importante é trazerem para a realidade o sangue
fazê-lo, mais uma vez, pigar no chão.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Luta pela recordação

Esquecer de tudo era seu desejo
mas o seu único erro era esquecer de si mesmo
coisa que ele não fazia, nem ela tentava fazer.

Para sempre em seu peito
a dor estagnada
para sempre no pensamento
todos os momentos
que ele lutou para não lembrar.

Não esqueceu o amor
não esqueceu a dor
não esqueceu dele
não esqueceu dos dois juntos.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

De volta ao escuro

Eu pedi que me acordassem
então, com um tiro no crânio
meu cérebro dilacerou-se pelo cômodo
sem rumo ou sentido
apenas voando em direções inconscientes
assim como meus pensamentos.

eu nao vi nada
apenas a bala dentro de mim
entranha talvez destruída.

Um pouco gélida
senti-me, finalmente,
em outra dimensão.
Onde não existem dores
nem mesmo ilusão.

Foi a bala certeira
que trouxe meu destino
o meu real caminho
para a tão esperada escuridão.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Isolamento surreal

O silêncio gritante permanece
dando o ar da desgraça vital.
Dissoluções fundem-se nessa prece
onde promessas ultrapassam o irreal.

Limitando-se em zonas suburbanas
de irresponsabilidades profanas
em que orações não salvarão almas.

Vivendo a morte pessoal
de sentimentos e sensações
encontrando a todos sem ver ninguém.

Tendo por fim seu esperado rumo:
caminho para as trevas,
sua inevitável morte.

domingo, 5 de junho de 2011

Deixe fluir

Por que ficamos assim?
Nos questionamos isso até percebermos
que as folhas das árvores secam.
Até percebermos que os rios enchem
e os córregos alagam.
Nossa onda de insegurança
que deságua no oceano
carregada de sentimentos
sem começo ou fim.
E então na estrada
vemos que a importância
está em seguir.
Com cuidado para não nos aforgarmos ou
deixarmos cair nosso próprio equilíbrio.
E é a onda que supera.
A onda sentimental que nos invade
e nos carrega.

sábado, 4 de junho de 2011

Negação

Múltiplas óticas.
Crie novas representações do mundo
onde os narradores do imaginário
simbolizem as ilusões perdidas.

Reponha novas ilusões.
Crie coisas que você mesmo vá destruir.
Não podemos voltar à uma verdade fundamental
isso não existe.
O mundo não é composto de uma pureza excepcional.

O papel que temos na sociedade
é sermos livres naturalmente,
mesmo dentro de nosso poder irreal.

As ilusões perdidas
entraram em choque
através de interpretações
e versões nas quais nos sustentamos.

E o que se diz,
é apenas negar
a verdadeira realidade.