sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Incessantemente até cansar


Eram como teclas
batendo sem parar
em minha cabeça

Eram como gotas
caindo a cada segundo
e a minha mente a encharcar

Eram martelos
batendo em pregos
em formato de suposições

Eram cápsulas
abrindo no estômago
e derramado seu veneno, em mim.

Dentro de mim
tudo fervia
como água na chaleira.

Mas ao invés de apitar
ao invés de sinalizar
eu simplesmente evaporei.

Sumi com as batidas
com os pingos
e com os venenos.

Sumi comigo mesma
no silêncio
na escuridão
do meu solitário caminhar.

Mágoas


Eu queria poder quebrar meus medos, 
mas acho que é impossível.

Eu queria esquecer e deletar tudo que já me aconteceu de ruim,
mas hoje é isso que me sustenta e me derruba ao mesmo tempo.

Eu queria poder confiar nas pessoas de olhos fechados,
mas agora eu sempre acho que elas estão mentindo ou escondendo algo.

Eu queria poder ficar triste e ainda sorrir,
como se nada tivesse acontecido.

Eu queria ser mais ingênua,
mas o tempo me mostrou tanta monstruosidade que hoje qualquer resquício disso me mataria.

Eu queria, eu queria, eu queria....

Eu sou o que sofri
pq as experiências que tive
me marcaram profundamente.

Eu sou esse poço de lágrimas
que ainda gotejam por dentro.

Eu sou a sinceridade grosseira
pq cansei de ver tanta falsidade
de ouvir tantas mentiras.

Eu sou essa essência amarga
essa dor congelada
em um coração frágil demais para suportar.

Eu sou a pessoa que ama
morrendo de medo de amar.

Eu sou a pessoa que acredita,
mesmo sua mente implorando
para o coração não acreditar.

sábado, 24 de novembro de 2012

Fim


Chorava,
enquanto o fogo se dissipava.

Sofria,
enquanto via sua casa desabar.

Sentada em sua poltrona
com o drink em mãos
esperava a hora em que tudo a acertaria.

Ela era o destino final
de todas aquelas chamas.

Ela era a causa e a consequência
desse estado de lamentação.

Mas nada a abalava,
nem mesmo o cheiro e a fumaça.

As lágrimas e as lembranças
estavam sendo apagadas,
queimadas...

...para sempre.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Hipnose


Através do topo dos edifícios acinzentados
Ou mesmo abaixo dos pés que caminham apressados
Seja dentro da mente de alguém apaixonado
Ou em qualquer lugar visto por olhos desvairados

Dentro de corpos imóveis ao relento
Fora de corações que pulsam quebradiços
Junto da pluma que nos acaricia com desprezo
Ou na ponta da faca em forma de sorriso 

No mais longínquo e insuportável inferno
Ou no mais doce e próximo paraíso
Com toda a inocência de um elogio
Ou todas as intolerâncias de um escarnio maldito

É lá que ela permanece, cheia de hematomas e intocada
Linda e virginal princesa e insuportável vagabunda megera
Dormindo profundamente é que ela fica desperta
Um olho aberto, mas é com o fechado que ela observa

A espera de um movimento brusco e mal calculado
De um tropeçar nas meias sinceras palavras
Ou de um, fadado ao fim, recomeço
A, sempre presente, loucura nos espreita

Ela está onde nem imaginamos
Como uma cobra pronta a dar o bote
E nos envenenar até a morte.

Mas com persistência e muita sorte
com paciência e o não medo da morte
Fazemos ela se render
Hipnotizando-a até a desconfiança, finalmente, ceder.


By: Victor Kichler e Pâm Garden

sábado, 17 de novembro de 2012

Iremos


então vamos
cada um para o seu lado
andando completamente juntos.

Vamos para caminhos estranhos
em corredores escuros
um iluminando a trilha do outro.

Vamos para onde der
quando der, sozinhos 
e juntos.

Vamos,
mesmo que eu me vá
mais cedo.

Porque se eu for,
você também irá.

então vamos...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Deixa

Deixa eu fingir, fingir não saber 
Que teu jeito me fascina 
Me faz crer ou que me alucina 
Por não conseguir entender 
Esse teu jeito de tentar esconder 
Todas as coisas atrás de um sorriso

By:
Victor Kichler

sábado, 10 de novembro de 2012

O vento vai dizer...

Encruzilhada sem fim


Depois de decidir por qual caminho seguir, depois de pesar os prós e os contras, depois de rever várias vezes o que fazer, nós escolhemos os caminhos mais difíceis.
As situações com maiores consequências, com mais pedras e perdas no meio do caminho. Mas não só no meio, no início e no fim também.
Depois de já feito a gente chora, se arrepende, se entristece e continua a caminhar.
E a gente se depara com a dor de decisões tomadas, de caminhos a serem trilhados por nossas próprias escolhas.
Ruins ou boas são elas que nos guiarão agora e sempre, até que encontremos outra encruzilhada.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Fui por lhe amar


Eu decidi ir embora
pra não chatear mais seus dias
não causar-lhe ainda mais angústias
nem quebrar seu coração pra sempre.

Eu decidi ir embora
mesmo querendo ficar
e ao seu lado permanecer seja
com sol,chuva, calor ou frio.

Eu decidi ir embora
para sofrer calada
chorar sem derrubar lágrimas
e sentir ciúmes com a frieza de sorrisos.

Eu decidi ir embora
para que você não sentisse
minha pulsação exaltada
e não visse minha cara abobada.

Eu decidi ir embora
mesmo morrendo de saudades
mesmo louca de vontade
de deixar tudo de lado e
simplesmente voltar.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

E há

A arte
atrai
atrás
adiante
assim
amante.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Comumser


Eu não tenho nada em comum
com o mundo comum
que comunica sua normalidade
com o nada em comum com o tudo.

Tudo e todos comunicam-se
com o nada
revelando o todo de tudo
que não é normal nem anormal
apenas comum.

E ser comum não é ser nada
mas ser incomum é ser comum a tudo
e diferente de todos
ser anormal perante a normalidade
daquilo tudo que chamamos de mundo.

domingo, 4 de novembro de 2012

OHA


o que eu disse ontem
eu repensei hoje

o que eu pensei hoje
esqueci de dizer ontem

o que eu queria ontem
eu fiz hoje

o que eu fiz ontem
eu lembrei hoje

o que eu não sabia ontem
eu descobri hoje

ontem constante
hoje e sempre
nunca amanhã.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Alfapoetando

Ama
Beija
Chora
Dramatiza
Entende
Fala
Ganha
Hipnotiza
Inteiro
Jeitinho
Lindo
Muito
Notável
Outrora
Paixonou-se
Querendo
Realizar
Sofridas
Tentativas
Usando
Verdadeiras
Xxxxx
Zeradas.