Vamos fingir que a fonte não secou
que o céu não esbravejou
que as águas não rolaram
e que os ventos não uivaram.
Vamos fingir que a chuva veio em vão
que não existe dor no coração
que o sol não existe
que a lua é mais um indício de vida triste.
Vamos fingir que os lábios sorriem
que os olhos não caem
que o corpo não protege
e a mente não ferve.
Vamos rumo ao fim do poço
fingindo até o pescoço
que encherá de água
pingada gota a gota
depois de tantas mágoas.
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